Três anos…
Há três anos ela se foi… Três anos que minha menina, o amor da minha vida foi
para a universidade de Harvard.
Flashback ON
-Não (Seu Nome) você tem que ir... – Eu tentava
explicar.
-Você não me quer mais perto de você é isso? –
Ela retrucou.
-Lógico que não é isso (Seu Apelido)...
-Então... Eu também passei pra Universidade
de Londres Liam, vou estar perto de você.
-(Seu Nome), você passou para Harvard. A MELHOR
universidade do mundo. O seu sonho. Eu amo você, e Deus sabe o quanto vou
sentir sua falta, o quanto queria que pudéssemos estar perto. Mas é o seu
sonho. A sua oportunidade. Não. Eu não quero que você vá embora. – Disse antes
que ela retrucasse que eu a queria longe. – Quero o melhor pra você e sei que
entrar em Harvard é o começo da realização dos seus sonhos. Mesmo não a
querendo longe de mim não posso ser egoísta ao ponto de não deixá-la ir. – Disse
convicto, mas ainda assim, triste.
-Você me espera? –Ela perguntou.
-Sempre... – Respondi a abraçando, enxugando
suas lágrimas e segurando as minhas.
Flashback OFF
Hoje ela estava
voltando... Voltando para mim. Formada em Advocacia.
Eu estava ansioso...
Extremamente ansioso. Os portões de desembarque se abriram. Casais, idosos,
jovens... As pessoas passavam por mim, sumiam de meu campo de visão, que
naquele instante se resumiu somente a ela.
O mesmo
sorriso, os mesmos olhos, a pele levemente morena com pouca ou nenhuma
maquiagem, os mesmos cabelos (Cor do seu cabelo), somente um pouco mais
ondulados que antes e uma criança adormecida em seu colo... Espera. UMA CRIANÇA
ADORMECIDA EM SEU COLO?
Ela sorriu
na minha direção, mas eu estava confuso de mais para sorrir de volta. Meu
olhar, mesmo que contra minha vontade, intercalava entre ela e a criança. (Seu
Nome) pareceu perceber minha confusão, pois apesar de seu sorriso ter murchado
minutos atrás ela soltou uma risadinha e caminhou até mim.
-Oi Liam! – Disse ela assim que me alcançou.
-Oi? É isso que você me diz? –Eu respondi sem
pensar. – Quem é ela? – Perguntei me referindo a menina em seus braços,
suspirando logo em seguida.
-Em casa eu te explico...
-Não. Agora. Quem é ela? –Indaguei novamente.
-Liam... Em casa, por favor. –Ela pediu de
novo. Respirando fundo eu neguei com a cabeça. – Claire... – A olhei confuso –
O nome dela é Claire. – Assenti. – Liam, quando... Um mês depois de chegar a
Harvard eu... – Ela respirou fundo e me olhou, reconheci em seus olhos o medo
de minha reação. – Eu descobri que estava grávida. E... –Eu estava paralisado. –
Você não faz ideia do que eu passei, começar a faculdade grávida. Consegui
esconder por um bom tempo, só quem sabia era uma amiga minha que me apoiou e ajudou-me,
eu... Eu não tinha mais ninguém. Mas quando a barriga começou a aparecer foi inevitável
não ouvir as piadinhas idiotas. Infantil, eu sei. Afinal já estávamos na
universidade, mas... Vai entender. – Ela deu de ombros enquanto falava sem
parar. – Quando ela nasceu, foi a (Nome de uma amiga sua) quem me ajudou, o
tempo todo. Você não tem noção do quanto foi difícil conciliar a faculdade com
cuidar dela, acho que só não reprovei por causa da, novamente, –Ela soltou uma
risada fraca – (Nome de uma amiga sua). Mas...
-Ela é
minha filha? – Eu a interrompi, ainda perplexo com tudo aquilo.
-É... –Ela sorriu sem graça e dessa vez eu
retribui.
-Por
que não me contou? –Ela me olhou confusa – Das vezes que nos falamos, por
telefone, rede social... Por que não me contou?
-Também não sei. Acho que eu tinha medo da sua
reação, como tive agora. Vai que você dava “a loca” e largava a faculdade pra
ir atrás da gente, ou sei lá o que. Não queria ser o motivo de você não
realizar o seu sonho. –Ela me olhou sorrindo.
-O meu
maior sonho é ter você ao meu lado (Seu Nome), e agora ela também... –Olhei pra
minha filha, ainda adormecida nos braços da mulher que eu amo. – Casa comigo?
-Liam, eu...
-Espera aqui.
Eu já volto.
(Seu Nome)
me olhou confuso, mas eu não dei atenção. Sai andando até um balcão de
informações e perguntei à recepcionista se podia usar o microfone do local.
Após alguns segundos discutindo com a mulher e depois de explicar a situação,
ela finalmente cedeu e deixou utilizasse o aparelho.
-(Seu Nome)... –Falei no microfone e escutei
minha voz ecoar por todo o aeroporto. – Eu sei que esse não é o pedido de
casamento mais bonito e romântico do mundo. Fala sério, estamos em um
aeroporto. – Eu ri fraco, vendo todos prestarem atenção no que eu dizia. – Mas eu
amo você, amo muito você e a pequena que se encontra nos seus braços, a nossa
filha. Adiei esse pedido por três anos, por motivos de força maior, mas não
preciso e nem quero adiá-lo mais. (Seu Nome Completo), aceita se casar comigo?
Ouvindo e
vendo as pessoas cochicharem umas com as outras, devolvi o microfone a
recepcionista, vendo (Seu Nome) caminhar até onde eu estava.
-Realmente, nada romântico um pedido de
casamento em pleno aeroporto. –Ela sorriu.
-Você
ainda não respondeu... –Disse sorrindo, eu estava nervoso e os olhares que eram
direcionados a nós não ajudavam em nada.
-Você
adiou a pergunta por três anos, eu adiei a resposta. –Ela sorriu. –Eu aceito me
casar com você Liam.
Não esperei
mais, não adiei mais. Nossos lábios se encontraram em um beijo cheio de paixão,
carinho e sobretudo saudade.
Depois de um
beijo em meio ao coro de aplausos, saímos do aeroporto. Após colocar as malas
no carro, eu entrei no carro. Como, ainda, não tinha cadeirinha de segurança,
(Seu Nome) sentou-se no banco traseiro com nossa filha, que ainda dormia.
-Papai? –Ouvi
uma voz dizer antes que eu ligasse o carro. Olhei pra trás e vi a menininha de
olhos castanhos me olhando.
-Oi minha
pequena Claire...